Um corte com precisão cirúrgica no antebraço. Transversal, com uma lâmina novinha, aguçada.
Ela se fere lentamente, usufrui ao máximo desses segundos de paz. Sangue brota, sangue escorre. Respira fundo, que alívio... Dói, dói um pouco... Mas relaxa os músculos, descontrai, sublima. Ela sai do seu corpo. O que ela sente no peito lacera mais fundo, e a dor física se reduz a prazer. Recurso que ela usa quando se desespera, quando a mágoa é afiada demais, quando a decepção a faz querer sumir. Para não tirar a própria vida e tolerar mais um dia, ela se corta.
A sessão de psicoterapia é só na semana que vem, a terapeuta não atende ao celular. Não pode evitar, mais uma vez.
Bravo. Como água... delicadamente escorre por todas as brechas. pra saborear bem devagarinho e muitas vezes.
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