sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tempo

Um, dois, três anos. Quanto tempo é necessário? O necessário é suficiente?
Escolhas me separam, me dividem, me laceram. Até quando? Valeu a pena?
Pra que?

Fugi da onda que vinha salgada. Disse que a água tava fria e que não queria molhar a roupa.
Encharquei meu travesseiro de lágrimas e ele se tornou uma pedra insustentável.

Ainda não consegui ocupar o seu lado da cama nem me desfazer das suas fotos. Deveria.
Indiferença me trespassa e me eviscera.

O tempo passa e as gotas salgadas minando dos meus olhos avolumam o Atlântico. A distância aumenta. A lua está logo ali e nem sombra do esverdeado que um dia me fitou.
E nem luz amarela e quente dos sóis de domingo. Nem as nuvens da chapada diamantina se movem.

Tudo inerte, sobretudo a mágoa no peito e a lembrança intrusiva.

Tempo amigo, seja breve enquanto dure.

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