Acordou meio tonto. Levantou, sentou na cama de novo. Uma calor no corpo, um rubor na face.
Tinha que se apressar para a entrevista. Escovou os dentes e olhou-se no espelho: palidez, estava com medo. Aquele emprego era um sonho, deveria ser a premiação pelo investimento de 2 anos de estudo.
Vestiu o único terno que tinha. Um azul marinho um tanto puído. A camisa branca era nova. A gravata, rosa bebê, indicação de um amigo com experiência em entrevistas de emprego.
Comeu um pedaço de mamão, com poder re-laxante, conforme tinha ouvido de sua avó.
Pegou o ônibus que ia pela orla, que evitava engarrafamentos, segundo sua colega de curso.
Pegou um trânsito infernal, mas alertado pelo locutor no rádio.
Chegou 1 hora antes do horário, cedo demais - retrucava a secretária da empresa.
Começava a suar. Tinha o corpo quente e a respiração ofegante.
Outros candidatos iam chegando.
Um rapaz com calça de prega e camisa social sussurrou: Não fala que você irá para outras várias entrevistas. Parece que você não tem foco, um objetivo ao se candidatar para essa empresa.
Ele ouvia tão atento quanto o zumbido permitia.
Sua gravata está frouxa - apontava uma moça de taier verde claro.
Ele não se ouvia mais. Vozes ecoavam distantes e distorcidas: ele desmaiou, não aguentou a pressão, tadinho. Isso acontece muito.
risos
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